quarta-feira, 24 de abril de 2013

Água, essencial para a vida

Composta de duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio, a água é a substância mais abundante no corpo humano, sendo responsável por quase 60% do nosso peso. Embora a água não tenha calorias ou outros nutrientes, só podemos ficar poucos dias sem bebê-la. Já uma pessoa saudável pode sobreviver de seis a oito semanas sem se alimentar. Uma perda de 5 a 10% da água do organismo provoca uma séria desidratação, mas uma perda de 15 a 20% é geralmente fatal.

Funções vitais desempenhadas pela água

A água é essencial para todas as funções vitais do corpo, inclusive a digestão, a absorção e o transporte de nutrientes, a eliminação de resíduos e para regular a temperatura corporal, assim como para diversos outros processos químicos. Ela fornece um colchão protetor para as células e, na forma de líquido amniótico, protege o feto em desenvolvimento. A água é necessária para constituir todos os tecidos do organismo, e é a base do sangue e de todas as secreções fluídas como lágrimas, saliva, sucos gástricos e fluídos que lubrificam nossos órgãos e articulações. Ela também ajuda a manter a pele suave e macia.



Qual a quantidade necessária de água?

O corpo humano necessita de água o suficiente para assegurar que a urina seja clara e não escura ou amarelo-brilhante. Em média, para o adulto isso pode ser traduzido como seis a oito copos de água diários. A maior parte disso é fornecida por bebidas - água pura, café, sucos e refrigerante - mas, surpreendentemente, ela é bastante abundante nos alimentos também. Frutas, verduras e legumes, por exemplo, são constituídos por 70 a 95% de água - comparados aos 75% do ovo; 40 a 60% das carnes, aves e peixes; e 35% do pão.
Nossas necessidades diárias variam muito. Precisamos de mais água no calor, durante a prática de exercícios, quando temos febre, resfriados ou outras doenças. A água também é mais necessária durante a gravidez, para gerar o líquido amniótico e o volume de sangue expandido, assim como atender às necessidades de desenvolvimento do feto. Mães que estão amamentando precisam aumentar a ingestão de líquido para produzir leite, que é composto por 87% de água.
Como regra geral, a quantidade de água que ingerimos deve ser igual à que eliminamos. Muitos fatores podem afetar esse equilíbrio hídrico. Por exemplo, tomar diuréticos ou outras drogas que aumentam a micção eleva a nossa necessidade de ingerir líquidos. Berber grandes quantidades de chá ou café tem um efeito diurético semelhante, o que pode compensar a ingestão dessa bebidas. Comer comidas salgadas faz com que tenhamos mais necessidade de água para mantermos o equilíbrio adequado de líquidos.
A sede diminui com a idade, portanto os idosos devem beber água com mais frequência mesmo quando não sentem sede. Além disso, a sede pode não acompanhar a necessidade de água do corpo durante uma prática de exercícios intensa ou quando está muito quente e úmido. No momento em que você sente sede, já pode estar desidratado. Se você beber mais líquido do que precisa, os rins eliminam o excesso aumentando o volume de urina. Se você beber mais água do que os rins conseguem administrar, o excesso é absorvido pelas células.



Nossa água potável é confiável?

No Brasil, das cerca de 40 milhões de residências,88% são abastecidas pela rede geral de águas. Contudo, apenas 20% do esgoto sanitário é tratado, o que acaba minando a confiança da população em relaçaão ao seu abastecimento. Além disso, um n´mero crescente de representantes da saúde pública está alertando para o fato de que os reservatórios de água estão sendo poluídos por águas industriais, resíduos de fertilizantes, pesticidas, lixos químicos e nucleares.
Portanto, até que ponto nossa água é confiável? Veja, a a seguir, os agentes contaminadores mais comuns que podem afetar a segurança da água:

  • Cloro - adicionar cloro à água potável, para destruir bactérias causadoras de doenças, tem sido um grande aliado da saúde pública. Mas pagamos um preço alto por esse aliado. O cloro pode se unir a outros componentes de matéria orgânica e formar subprodutos decorrentes da cloração da água. A exposição prolongada ao trialometano, um dos seus subprodutos mais comuns, foi relacionada ao aumento do risco de câncer, principalmente de bexiga e de cólon.
  • Chumbo - Embora a maior parte da água potável municipal contenha pouco ou nenhum chumbo na fonte, a água pode absorvê-lo no trajeto até sua casa, ao passar por vários reservatórios e canos, inclusive os da sua residência. O chumbo - que é um metal tóxico - acumula-se no organismo ao longo do tempo, e pode ser prejudicial aos órgãos e às células do sangue. Uma fonte comum de contaminação é a corrosão de antigos tubos e encanamentos. Para minimizar sua exposição, use apenas água fria da torneira tanto para beber como para cozinhar. A água quente tem mais probabilidade de conter mais chumbo. Quando abrir a torneira, deixe a água escorrer até que esteja fria, para eliminar qualquer chumbo que possa estar acumulado. Se estiver preocupado, faça testes na sua água.  
  • Turbidez - A turbidez ocorre quando matérias como argila, plantas em decomposição e parasitas ficam em suspensão na água. Microrganismos causadores de doenças podem fixar-se nessas partículas e escapar da desinfeção. Embora ainda dentro dos limites permitidos, já existira, casos em que o aumento da turbidez provocou episódios de doenças gastrintestinais.
  • Parasitas - Os parasitas Cryptosporidium parvum e Giardia lamblia que vivem nos intestinos de seres humanos e animais podem entrar no sistema de abastecimento de água pelo esgoto ou pelas excreções dos animais. O parasita G. lamblia pode causar diarreia, falta de apetite, desidratação e vômitos. Uma pequena quantidade de parasitas já pode deixar as pessoas doentes. Aqueles que acampam e outros que bebem água não-tratada correm riscos ainda maiores, mas já houve casos de pessoas diagnosticadas com giardíase de água potável municipal . Normalmente, as infecções por C. parvum são mais sérias - podem provocar febre, diarreia, cólicas estomacais e até a morte. Os dois parasitas são difíceis de matar, pois suas cascas externas protetoras são duras e os protegem da desinfecção. E como são muito pequenos, conseguem passar por quase todos os filtros. 
Como saber se há esses contaminadores na sua água potável? No Brasil, a Agência Nacional de Águas, juntamente com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e os órgãos regionais e estaduais são os responsáveis pela segurança e qualidade da água que chega às nossas residências. Mas você pode entrar em contato com a Vigilância Sanitária local e pedir relatórios e outras informações referentes aos níveis de contaminação. Você também pode recorrer a um filtro ou optar por água engarrafada, mas não há garantia de que essas opções irão eliminar completamente os contaminadores da água potável. Sistemas de filtro diferentes podem remover diferentes contaminadores, assim como variar o nível de contaminação na água. Se você está preocupado, faça o teste.



Arsênico na água potável

O arsênico penetra nas fontes de água potável no solo quando depósitos minerais ou pedras que contenham arsênico são dissolvidos. Além disso, o arsênico também penetra através da descarga de lixo industrial, e das partículas desprendidas da queima de combustíveis fósseis - especialmente carvão. O arsênico também é considerado um perigoso carcinógeno. O consumo durante anos de água potável com uma concentração de arsênico em níveis próximos ou mais altos que os valores de referência é considerado o responsável pelo aumento do risco de câncer de pele, assim como de tumores na bexiga, rins, fígado e pulmão. Uma exposição prolongada aos altos níveis de arsênico na água também pode causar arritmia cardíaca, danos aos vasos sanguíneos, uma baixa produção de células vermelhas o sangue e espessamento e descoloração da pele. Mais uma vez, se você estiver preocupado, teste sua água, e pense seriamente em investir na compra de um equipamento para o tratamento da água dentro de casa, a fim de reduzir o nível de arsênico.



Água engarrafada

Você pode pensar que toda a água engarrafada é igual, mas não é. A água engarrafa significa apenas que ela foi embalada em um recipiente lacrado e posta à venda. As opções existentes nas prateleiras dos supermercados incluem desde a água importada de fontes na montanha até a simples água engarrafada de um reservatório municipal. Leia atentamente o rótulo para obter todas as informações sobre a fonte, conteúdo e sabor. A seguir, apresentamos uma lista do que você pode encontrar.

  • Água termal - flui de uma fonte natural do subsolo. Uma vez que tenha sido coletada e engarrafada, deve ter as mesmas propriedades que tinha no subsolo. Pelo menos em teoria, essa água é mais protegida da poluição do que a água de rios e lagos.
  • Água mineral - provém de fonte que contem no mínimo 500 mg de minerais por litro. Algumas águas minerais são naturalmente gasosas, porque contêm dióxido de carbono, enquanto em outros tipos o dióxido de carbono é acrescentado.
  • Água potável - Água engarrafada pode vir de uma fonte ou de um reservatório de água municipal. É tratada com destilação, deionização ou osmose reversa. Outros termos usados para água tratada por esses processos são "água destilada", "água deionizada" e "água de osmose reversa".
  • Água com gás - água engarrafada que contém gás natural ou gás adicionado. A água tônica e o clube soda são considerados refrigerantes e não água engarrafada.


Sistemas de filtro domiciliar

Atualmente, existe uma grande variedade de sistemas de filtros, diferenciado-se amplamente tanto em termos de custo como de eficácia na remoção de contaminadores. Você pode escolher uma jarra para colocar em cima da mesa, ou ter uma unidade sob a pia. Como ocorre com as águas engarrafadas, a única forma de tomar uma decisão bem fundamentada é fazer uma boa pesquisa. 
Um bom lugar para começar é no Inmetro (www.inmetro.gov.br), órgão federal que trabalha para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população, para o avanço tecnológico e para a proteção do cidadão. Ele possui análises em filtros de água para que o consumidor passe a se educar sobre a qualidade do sistema de abastecimento de água potável, além de poder determinar se necessita de um sistema de filtro, e quais contaminadores são motivo de preocupação. Com base nessas informações, você pode selecionar um sistema de filtro capaz de remover esses contaminadores.



6 fatos interessantes sobre a água
  1. Estima-se que 25% da água engarrafada seja, na verdade, água da torneira filtrada. 
  2. Água mineral é frequentemente rica em sódio.
  3. Diferentemente do sistema de abastecimento de água municipal, a água engarrafada pode não conter flúor suficiente para proteger contra as cáries.
  4. Não é uma boa ideia reutilizar garrafas plásticas de água. Lavá-las e reusá-las muitas vezes acelera o processo de quebra do plástico, aumentando a exposição a substâncias químicas potencialmente prejudiciais.
  5. Verifique a data de engarrafamento e a data de validade para descobrir quão fresca é a água. Normalmente, a água engarrafada contém um menor número de bactérias prejudiciais. Mas, se a água for armazenada por períodos longos em temperatura ambiente, as bactérias podem proliferar rapidamente. O melhor a fazer é armazenar a água em locais refrigerados.
  6. Recipientes abertos de água engarrafada devem ser refrigerados, caso bactérias potencialmente prejudiciais tenham entrado neles.
Fonte: Livro Alimentos Saudáveis Alimentos Perigosos

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