Energia alimentar
Com o corre-corre e o estresse do mundo de hoje, o
cansaço e a exaustão viraram regra. Dormir mais, é claro, seria a melhor
resposta. Mas uma alimentação adequada também pode abastecer o corpo para
longos períodos de trabalho e evitar que os níveis de energia caiam ao longo do
dia.
De onde vem a energia?
Os componentes mais importantes de todos os alimentos –
carboidratos, proteínas e gorduras – são os nutrientes que fornecem calorias,
que, por sua vez, nos dão energia. O corpo humano converte os carboidratos em
glicose, a fonte mais importante de energia. A glicose é o “açúcar do sangue”,
e sua taxa sobe após a ingestão de carboidratos. O aumento dos níveis de açúcar
no sangue estimula o pâncreas a liberar insulina, o hormônio que auxilia a
glicose a penetrar nas células. Quando entra na célula, a glicose fornece
energia para abastecer o corpo. Uma certa quantidade de glicose não utilizada é
armazenada nos músculos e no fígado sob forma de glicogênio. O corpo recorre a
esses estoques sempre que os níveis de açúcar no sangue baixam. Quando o
estoque de glicogênio está cheio, o excesso de glicose é convertido em gordura.
A proteína também pode ser convertida em energia, mas é
uma fonte menos eficiente do que os carboidratos. Embora as gorduras sejam a
fonte mais concentrada de calorias, elas, de fato, são menos eficientes do que
os carboidratos, pois demoram mais tempo para serem digeridas e metabolizadas.
Apesar de algumas alegações absurdas, vitaminas não
fornecem energia. Entretanto, são necessárias para possibilitar muitos dos
processos metabólicos que levam à produção de energia.
Sete estratégias para obter bastante energia
Comer de forma a obter o máximo de energia viola várias
das “regras” em que costumamos acreditar – por exemplo, que os carboidratos são
maléficos, que petiscar é prejudicial e que o açúcar é um bom energético. As
seguintes estratégias colocarão você no caminho certo.
1. Tome
café-da-manhã – Esta refeição nos prepara para iniciar o dia. Reabastece o
estoque de energia do corpo após um jejum noturno e provê a energia necessária
para mantê-lo física e mentalmente alerta. O café-da-manhã aumenta o rendimento
físico e de aprendizado. Estudos provaram que crianças que tomaram
café-da-manhã se concentram melhor, são mais criativas e se comportam melhor. O
mesmo vale para os adultos.
2. Consuma
alimentos ricos em ferro – A anemia ferropriva (carência de ferro) é uma das
deficiências nutricionais mais comuns no Brasil. O ferro é essencial para a
produção de hemoglobina, o principal componente das hemácias (glóbulos
vermelhos). A hemoglobina transporta o oxigênio para as células do corpo, nas
quais é usado para a produção de energia e desempenha funções metabólicas
essenciais. Se seus estoques de ferro estiverem baixos, os glóbulos vermelhos
não poderão fornecer muito oxigênio para as células. As consequências da
deficiência de ferro são fadiga, pouca energia e dificuldade de concentração.
Os alimentos mais ricos em ferro são as carnes vermelhas, miúdos, cereais com
ferro, pães enriquecidos ou integrais, frutas desidratadas, verduras de folhas
verdes, feijão, nozes e sementes e melaço de cana. Há dois tipos de ferro nos alimentos:
heme e não-heme. O ferro heme, encontrado em carnes vermelhas, fígado e ovos, é
mais bem absorvido do que o ferro não-heme presente em cereais enriquecidos, em
algumas verduras verde-escuras, no feijão, nas nozes e em algumas frutas
desidratadas, como as passas. Você pode aumentar a capacidade do seu
corpo de absorver ferro não-heme inerindo o alimento com outro que contenha
vitamina C. Por exemplo, se quiser aumentar a absorção de ferro que uma tigela
de cereais enriquecidos pode lhe proporcionar, adicione morangos ou tome um
copo de suco de laranja.
7. Modere na cafeína – Uma boa quantidade de sono é fundamental para você se sentir com energia. A cafeína é um estimulante que compete com a adenosina, uma substância que ajuda a induzir o cansaço. Quanto mais cafeína você ingerir, menos adenosina terá para provocar o sono – e você poderá sofrer de insônia.
Atenção: Para aumentar a ingestão de ferro é preciso ter
cuidado. Não tome suplementos de ferro sem ter certeza de que você tenha
carência deste mineral e não possa
corrigir o problema com uma alimentação apropriada. Ferro em excesso pode
causar indigestão e prisão de ventre e doses ainda mais excessivas podem ser
tóxicas. Se você acha que está cansado por carência de ferro, consulte um
médico primeiro.
O Índice glicêmico
Alguns alimentos ricos em carboidratos são digeridos e
absorvidos pelo fluxo sanguíneo rapidamente, ao passo que outros são
catabolizados mais lentamente. O Índice Glicêmico é um instrumento desenvolvido
para medir como os carboidratos afetam os níveis de açúcar no sangue após serem
ingeridos e digeridos.
Alimentos com Índice Glicêmico baixo, como, por exemplo,
o pão de centeio ou de centeio integral, arroz integral, aveia, lentilha,
inhame, maçã, pera e iogurte elevam os níveis de açúcar no sangue mais lenta e
gradativamente, e demoram mais para serem digeridos. Portanto, liberam energia
mais devagar, levando a níveis de energia mais consistentes. Alimentos com
Índice Glicêmico baixo são mais indicados para o controle de açúcar no sangue
em diabéticos e podem ajudar na perda de peso. Alimentos com Índice Glicêmico
alto, como pão branco, arroz branco, purê de batatas, cereais em flocos e
melancia, são absorvidos imediatamente de forma a obter energia mais rápido.
Para atletas e pessoas mais ativas, alimentos com Índice Glicêmico alto podem
ser uma fonte rápida de energia para obter um melhor desempenho em esporte de
curta duração, ao passo que alimentos com Índice Glicêmico baixo são mais
indicados para esportes de resistência.
Fonte: Livro Alimentos Saudáveis Alimentos Perigosos
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