Cerveja
Os historiadores acreditam que os homens começaram a fazer cerveja por volta do ano de 5.000 a.C. na região hoje ocupada pelo Iraque e Egito. A cevada, o grão que até hoje domina a produção de cerveja, era bastante abundante naquela região. Entretanto, quase todas as sociedades do mundo desenvolveram seus próprios métodos de fabricação a partir de cereais encontrados em suas regiões. As tribos africanas usavam broto de milho, painço e sorgo; os russos transformaram pão de centeio em uma cerveja com baixos teores de álcool chamada kvass; os chineses e japoneses usaram o arroz; e os índios da América Central e do Sul usaram o milho para prepará-las.
O processo de fermentação da cerveja
Embora diversas sociedades no mundo continuem a usar métodos tradicionais para fabricar cerveja, o processo de fermentação moderno é um processo científico que começa com a ação de maltar para converter o amido de cereais em açúcar que irá fermentar. Para tanto, o amido do grão é tratado para ativar as enzimas que irão transformar o amido em açúcar. Os métodos exatos variam de acordo com o tipo de cerveja que está sendo produzida. Mas em um determinado estágio, interrompe-se o processo de germinação, os brotos são removidos e o grão maltado é, então, preparado para ser amassado.
Lentamente, o malte é aquecido para permitir que as enzimas continuem a converter o amido em um caldo açucarado chamado mosto. Deixa-se o grão descansar, e o mosto é aquecido e filtrado através deles para os barris de fermentação (os grãos são, a seguir, lavados e transformados em ração animal).
O lúpulo, que são flores secas da vinha do lúpulo, é então adicionado ao mosto, e a mistura é fervida e a seguir coada (o lúpulo que foi usado é acrescido à ração animal). O mosto é colocado em repouso para que as proteínas possam ser retiradas; o líquido claro é, então, fermentado com levedo e envelhecido. Ao fim, os resíduos de levedo são removidos e usados como suplemento nutricional (levedo de cerveja) ou adicionados à ração animal. O processo pode variar e outros ingredientes podem ser adicionados. Acrescentar mais lúpulo resulta no chope inglês, que é conhecido como cerveja amarga; a cerveja ale, que é uma cerveja mais concentrada, usa um tipo de levedo que sobe para a superfície; a cerveja preta forte é feita com cerveja ale extraída de um malte escuro.
O método de fermentação influencia a qualidade nutricional da cerveja. A cerveja alemã opaca weisse bier, por exemplo, retém grande parte da vitamina B encontrada no levedo de cerveja, e que é removido para dar maior transparência à cerveja.
As cervejas africanas até hoje não são filtradas e, por consequência, retém grande parte dos nutrientes encontrados nos grãos, nas raízes e nos tubérculos usados em sua fabricação.
O tipo de levedo usado pelos cervejeiros norte-americanos e canadenses contém selênio, um antioxidante mineral, e cromo, um sal mineral que ajuda a metabolizar o carboidrato.
Valor nutricional da cerveja
O valor nutricional da cerveja é geralmente negligenciado, porque grande parte dos nutrientes presentes em seus grãos é perdida ao longo do processo de fermentação. Aproximadamente, dois terços das 150 calorias contidas em uma garrafa de 335 ml de cerveja comum provém do álcool, sendo que apenas um terço delas provém do açúcar. Uma garrafa de 335 ml de cerveja comum contém 8 a 16% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de ácido fólico e 5 a 10% de niacina, vitamina B6 e fósforo, incluindo quantidades significativas de cromo e selênio.
Benefícios no consumo de cerveja
- Tem menor tero de álcool do que o vinho e os demais destilados
- Contém quantidades moderadas de niacina, ácido fólico, vitamina B6 e alguns sais minerais
Desvantagens
- Se consumida em excesso, pode provocar ganho de peso e levar à obesidade
- A ingestão excessiva pode provocar bebedeira e alcoolismo
- Pode fazer com que algumas pessoas fiquem agressivas
Cerveja, quanto é muito?
O teor de álcool da cerveja costuma variar entre 3 a 8%, se comparado com o teor médio de 12% do vinho, e de aproximadamente 40 a 50% das bebidas destiladas. Pessoas muito sensíveis ao álcool apresentarão reações logo após ingerir uma dose pequena, e essas reações geralmente se manifestam por meio da agressividade. Entretanto, muitas pessoas conseguem consumir um litro ou mais de cerveja sem apresentar qualquer alteração mental ou física. Como ingerir mais de um litro de líquido produz uma sensação desagradável de saciedade, a maioria dos bebedores de cerveja geralmente pára de beber antes de ficar embriagado.
Mesmo assim, beber um litro de cerveja equivale a ingerir 600 calorias, o que pode resultar em um aumento de peso. Devido ao efeito diurético do álcool, pode causar micção excessiva, resultando na eliminação de importantes vitaminas e sais minerais. Contrariando a crença popular, a ingestão excessiva e frequente de cerveja pode acarretar sérios problemas com álcool e levar até mesmo ao alcoolismo.
Preste atenção no que você ingere junto com a cerveja. Amendoim, batata frita, biscoitos e outros salgadinhos são os petiscos normalmente servidos para acompanhar a cerveja. Como esses alimentos aumentam a sensação de sede, fazem com que se consuma mais e mais cerveja. Alimentos ricos em proteína, vitaminas e sais minerais e com pouco teor de gordura são melhores acompanhamentos, como ovos, carne, aves, frutos do mar, pão ou biscoito integral, macarrão e legumes.
Cerveja para os mais velhos
Um estudo de longo prazo descobriu que de 20 a 50% dos homens e mulheres com idade média de 74 anos reduziram o risco de sofrer um infarto quando tomavam pelo menos um drinque e meio por dia.
A cerveja e a saúde
Um estudo médico analisou os hábitos de consumo de cerveja de um grupo de pessoas que havia sofrido infarto, bem como os de um grupo escolhido aleatoriamente na população tcheca. Talvez tenha sido uma surpresa o fato de que, nos dois grupo, o que apresentou menor risco de ataque cardíacos foi o grupo de homens que bebiam de 5,2 a 11,3 litros de cerveja por semana. O risco deste grupo era um terço menor do que o registrado pelo grupo de homens que nunca bebiam cerveja. Aparentemente, a cerveja escura é a que fornece mais proteção. Descobriu-se, também, que ela reduz os potenciais danos causados pelas famosas "aminas aromáticas heterocíclicas" (HAA), que são formadas quando o alimento é cozido em altas temperaturas. É, portanto, uma boa ideia servir cerveja escura em um churrasco.
Os benefícios cardiovasculares da cerveja se devem aos polifenóis, os antioxidantes pigmentados que também são encontrados em frutas. Pesquisadores descobriram que tomar uma cerveja por dia altera a estrutura da fibrinogena, uma proteína presente no sangue responsável pela coagulação. Um estudo desenvolvido com homens, com ponte de safena, revelou que quem bebia 355 ml de cerveja por dia tinha menos propensão a formar coágulos, e um menor risco de sofrer infartos ou derrames.
Fonte: Livro Alimentos Saudáveis Alimentos Perigosos